O primeiro cinema em Sete Lagoas foi montado por Braz Filizzola,
tendo Sô Moreno como sócio. Funcionava nos fundos da fábrica de copos de papel
Festim, dando frente para a Rua Teófilo Ottoni.
Era um barracão sem qualquer
conforto, mas bem ventilado, pois não tinha paredes. Progrediu o Braz Filizzola
e instalou o Cinema Meridiano (Hoje, Banco do Brasil), no aterro da Lagoa
Paulino (Praça do Cat).
Quanta gente boa
passou horas e horas agradáveis, fazendo de conta que estava assistindo ao
cinema, mas do filme nem nome sabia.
Era frequente alguns casais irem para o aterro ao lado do
cinema buscar mais privacidade. Atitude condenada pela moral e bons costume da
época. Todos que frequentavam a praça do pecado ou Mão na coxa (Cat) não podiam
comungar nas missas dominicais sem antes
confessar.
Tivemos depois o cinema Lux, do Edmundo Cordeiro, na esquina da Rua
Lassance Cunha com Teófilo Ottoni, bem em frente do Banco Agrícola (biblioteca
Pública atualmente).
Como os filmes eram mudos, as exibições eram sonorizadas
com uma pequena orquestra, qual faziam parte: Zequita, Geni Libório que depois
se tornou esposa de Zequita, e também as meninas de Sá Franco como eram
conhecidas. Aí, vez o outra, o cinema servia de palco.
Certa ocasião, uma
artista francesa cantou:
Atirei um pau no ga-to-to
Mas o ga-to-to não mor-reu-reu-reu
Sá Chica-ca admirou-se-se
Do berro, do berro que gato deu
Foi um delírio. Palmas, ovações. Um inferno. A rapaziada e as moças
cantaram isso muitos anos. Marcou época.
Cine Trianon que pertenceu ao Sr Nadra Munayer e posteriormente a família Ferrari.