Dia 21 de fevereiro é o DIA DO IMIGRANTE ITALIANO.
Pois é, com a crise que se instalou na Itália durante
meados do século XIX e XX, muitos camponeses italianos aceitaram os pedidos do
governo brasileiro para trabalharem nas lavouras do país, principalmente nas
regiões sudeste e sul. E alguns apearam por aqui.
LOURENÇO PONTELLO e MARIANA ANDREATTA que chegaram ao Brasil na primeira
remessa ILEGAL, em outras palavras, FUGIDOS. Moraram na colônia de Wenceslau
Braz, onde a família começou a crescer em quantidade e financeiramente falando.
Luiz Pontello e Marieta Torezan com os seus seis filhos: Pedro, Ana Joana, José Maria (Zeca), Maria tizira, Geraldo e Mário.Vindos da Itália, a família Pntello em 1910. Valentino Pontello e Maria Ceron com os seus filhos, todos italianos: Luiz Pontello, Jose Carlos Pontello, Demetrius Batista Pontello, João Pontello, Maria, Francisco e Mario Pontello. vieram de Treviso (Trevigano) em Venéto direto para colônia de Wenceslau Bráz, Sete Lagoas.
José Carlos Pontello (Alfaiate) e sua esposa itália Margarida Cadelli. Vieram da Itália casados. Tiveram doze filhos: Padre Geurino Valentino, João Lourenço, João, Padre Antônio, Irmã Maria, Ulysses, Evaristo, Carlos Pedro,Maria, Maria de Lourdes, Maria do Carmo, Maria da Glória, Maria Neves (Nossa professora de Canto).
Mário Pontello, sua esposa Maria e seus seis filhos: Arnaldo, Izabel, Agostinho, Luiz, Noêmia e Vitório.
José Pontelo e seus doze filhos, Jeronimo, Carlota, Ana, Ângelo, Maria, Paulo, Luigi, Marcos, Helena, Roberto,, Filomena e Mose (Sacerdote).
Francisco Pontello e sua esposa anunciata Sanson e seus doze filhos: Izeu, Armando, Maria Regina, Antônio, Iracema, Osvério, Marcelo, Jose Batista, Noême, Carlos e Guerino.
Maria Pontello e seus esposo Alexandre Andreatta e seus três filhos: Arduíno, Ada e Pina
Na foto abaixo: Antônio Julio e seus dezeseis filhos: Valentino, eunice, Geraldo, Modesto, Íria, Dulce, Carmem, helena, josé Rômulo, Willian, Maria, Edithe, Osvaldo, Uílio, Nilza e Regina.
Na foto abaixo: Lourenço Pontello e Mriana Andretta e seus dez filhos: Albino, Luizita, Angelina, Afonso, Antônio, Noé, Durina, Davi, Rachel e Nair.
Na foto acima Valentino Pontello e Regina Sanson. moraram os últimos 60 anos na esquina da ruas Goiás com Amazonas (vieram da colônia Wenceslau Brás). Tiveram nove filhos: Selma, Sueli, Giovani, Sônia, Juarez, Emerson, Sibely, Giordani e Gianni.
CARLOS MILEU, JOSÉ FILIZZOLA foram os primeiros a montar aqui uma oficina de
latoeiro (funis, regadores, chocolateiras, cafeteiras, lamparinas e canecos)
para depois saírem pelas rocas e arraiais vendendo os seus produtos.
JOSÉ LANZA e NICOLA LANZA. OS primeiros a produzirem tijolos em Sete Lagoas.
CLAUDIO E PRIMO MALVERDE. Irmãos que tinham uma olaria localizada no Riacho e
era o PRIMO MALVERDE que transportava no carro de boi os tijolos para a cidade.
FREDERICO PERONI, Oleiro na várzea e seu filho FLORINDO PERONI que, segundo
ALEXANDRE LANZA, foi o primeiro carroceiro da cidade.
FREDERICO e FLORINDO se mudaram para Belo Horizonte.
O FLORINDO, certo dia voltou a Sete Lagoas pilotando um aeroplano que tinha o
nome de Borboleta Azul. Sobrevoou a cidade e aterrissou próximo a lagoa da Boa
Vista e tempos depois num campo aos pés da serra de Santa Helena.
Os primeiros no comércio de hortaliças foram HEITOR
LANZA e ANIBAL LANZA. Percorriam as ruas vendendo verduras num balaio de
taquara.
LUIZ, ARISTIDES e ALEXANDRE LANZA. A primeira serraria da cidade.
Primeira cerâmica DANTE LANZA.
LUIZ, ARISTIDES e ALEXANDRE LANZA. A primeira serraria da cidade.
Primeira cerâmica DANTE LANZA.
BRAZ SÓRICE e DOMINGOS SÓRICE, residiam na rua Lassance Cunha
onde em seguida se tornou restaurante e Hotel Neri. Tinham uma pequena casa
comercial onde, aos domingos, reuniam a italianada para jogar TER SETE,
oportunos galanteios: -Dio, é uma donna molto bella, além das conversas que
podiam ser ouvidas de longe. Neste grupo estavam, também os italianos JOÃO
CADELLI e CARLOS PONTELO.
DOMINGOS SÓRICE exercia a profissão de barbeiro. Quando o freguês tinha uma cara muchibenda dizia: FATTO LA BOCHECHA. Isso quer dizer que o freguês deveria colocar uma bola de sinuca na boca para esticar a pele para facilitar o barbear. A mesma bola era usada em todos que apresentasse a mesma dificuldade facial.
DOMINGOS SÓRICE exercia a profissão de barbeiro. Quando o freguês tinha uma cara muchibenda dizia: FATTO LA BOCHECHA. Isso quer dizer que o freguês deveria colocar uma bola de sinuca na boca para esticar a pele para facilitar o barbear. A mesma bola era usada em todos que apresentasse a mesma dificuldade facial.
LARENA
FRANCESCO SAVERIO era ferreiro e serralheiro, produziu os primeiros alto fornos
das redondezas, foices, carros de boi e demais artefatos de grande porte. A
primeira usina geradora de energia para cidade saiu dos seus esforços.
FRANCISCO JOSÉ L’ABBATE (CHICHILO L’ABBATE) foi gerente de confiança de LARENA.
FRANCISCO JOSÉ L’ABBATE (CHICHILO L’ABBATE) foi gerente de confiança de LARENA.
Lembrando também dos irmãos FERRARI da cidade RIVELLO, ITÁLIA.
Estes, todos sabem em que investiram.
Enfim. Todos estes nomes e milhares de outros inspiraram este poema e pelo qual prestamos nossas homenagens.
Enfim. Todos estes nomes e milhares de outros inspiraram este poema e pelo qual prestamos nossas homenagens.
BEM VINDOS E GRATOS POR ENRIQUECEREM A NOSSA HISTÓRIA.
Familia Cristelli.
POR
QUE ALGUNS ITALIANOS VIERAM FUGIDOS?
O
mundo estava em crise na segunda metade do século passado. Na Itália, lutas políticas
do processo de unificação e as mudanças no trabalho do campo com o
desenvolvimento do capitalismo desempregavam milhares de pessoas: campesinos e
artesãos. Essas duas forças desestruturaram famílias, que não mais conseguiam
viver no seu país.
A outra força que expulsou os trabalhadores rurais foi o capitalismo, que invadiu o campo, com ricos proprietários, possuindo grandes extensões de terra, como aqueles criadores de carneiros interessados em vender a lã às iniciantes indústrias. Os camponeses não-assalariados, que viviam uma relação de trabalho semifeudal, cultivando a plantação de subsistência no seu pedaço de terra, com inexpressivo e quase inexistente comércio, foram expulsos do campo, superlotando as cidades, sem encontrar trabalho.
Enquanto a Itália quase não havia trabalho, no Brasil, com o café em expansão, e a escravidão em declínio, faltava mão-de-obra. A emigração foi a opção para resolver os dois problemas.
Um acordo, "Imigração Gratuita", firmado entre os governos italiano e brasileiro, distribuía obrigações: o italiano selecionava a mão-de-obra e o brasileiro custeava a viagem e a distribuição dos imigrantes em seus empregos.
Mas nem todos partiam. A rigorosa inspeção, feita por um médico, na Agência de Emigração, barrava os fracos e os doentes.
Ao chegar a Santos, todos eram recolhidos à Inspetoria da Imigração e encaminhados para a Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo.
A Hospedaria era o mercado de mão-de-obra. Muitos fazendeiros visitavam pessoalmente os recém-chegados, procurando trabalhadores, ou enviavam seus emissários, que falavam a língua dos estrangeiros.
Para amenizar a situação dos imigrantes recém-chegados, surgiram instituições de ajuda, como a "Sociedade de Mútuo Socorro Galileu Galilei".
Para auxiliar o imigrante e encaminhar suas queixas ao Comissariado da Emigração, órgão do governo italiano, criou-se o "Instituto do Patronato".
Quando em 1902, muitas queixas denunciavam fazendeiros que submetiam seus colonos à violência e ao regime escravista, foi proibida a emigração italiana durante alguns anos. Em 1904, o Comissariado da Emigração, através de um artigo "Gli Orrori del Brasile", na "La Gazetta Coloniale", de Nápoles, fazia um alerta à população italiana quanto ao desumano tratamento nas fazendas de café do Brasil.
Na realidade, as relações de trabalho entre patrões e empregados estavam marcadas pela violência do escravismo, levando fazendeiros a proclamarem serem seus colonos "seus escravos brancos". Essa violenta relação de produção provocou a volta de, aproximadamente, 40% dos imigrantes aos seus países de origem, depois de alguns anos de trabalho no Brasil.
A outra força que expulsou os trabalhadores rurais foi o capitalismo, que invadiu o campo, com ricos proprietários, possuindo grandes extensões de terra, como aqueles criadores de carneiros interessados em vender a lã às iniciantes indústrias. Os camponeses não-assalariados, que viviam uma relação de trabalho semifeudal, cultivando a plantação de subsistência no seu pedaço de terra, com inexpressivo e quase inexistente comércio, foram expulsos do campo, superlotando as cidades, sem encontrar trabalho.
Enquanto a Itália quase não havia trabalho, no Brasil, com o café em expansão, e a escravidão em declínio, faltava mão-de-obra. A emigração foi a opção para resolver os dois problemas.
Um acordo, "Imigração Gratuita", firmado entre os governos italiano e brasileiro, distribuía obrigações: o italiano selecionava a mão-de-obra e o brasileiro custeava a viagem e a distribuição dos imigrantes em seus empregos.
Mas nem todos partiam. A rigorosa inspeção, feita por um médico, na Agência de Emigração, barrava os fracos e os doentes.
Ao chegar a Santos, todos eram recolhidos à Inspetoria da Imigração e encaminhados para a Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo.
A Hospedaria era o mercado de mão-de-obra. Muitos fazendeiros visitavam pessoalmente os recém-chegados, procurando trabalhadores, ou enviavam seus emissários, que falavam a língua dos estrangeiros.
Para amenizar a situação dos imigrantes recém-chegados, surgiram instituições de ajuda, como a "Sociedade de Mútuo Socorro Galileu Galilei".
Para auxiliar o imigrante e encaminhar suas queixas ao Comissariado da Emigração, órgão do governo italiano, criou-se o "Instituto do Patronato".
Quando em 1902, muitas queixas denunciavam fazendeiros que submetiam seus colonos à violência e ao regime escravista, foi proibida a emigração italiana durante alguns anos. Em 1904, o Comissariado da Emigração, através de um artigo "Gli Orrori del Brasile", na "La Gazetta Coloniale", de Nápoles, fazia um alerta à população italiana quanto ao desumano tratamento nas fazendas de café do Brasil.
Na realidade, as relações de trabalho entre patrões e empregados estavam marcadas pela violência do escravismo, levando fazendeiros a proclamarem serem seus colonos "seus escravos brancos". Essa violenta relação de produção provocou a volta de, aproximadamente, 40% dos imigrantes aos seus países de origem, depois de alguns anos de trabalho no Brasil.
SAUDADES DO BRASIL. Escrito por Jovelino Lanza
em junho de 1949
Alexandre Lanza,
italiano de origem, veio para o Brasil ainda criança. Aqui se casou e nasceram
seus filhos. Lutou e venceu.
Agora, já de certa idade, e tudo estando em ordem, resolveu dar um pulinho a velha Europa, muito razoavelmente, a começar pela Itália.
Devemos notar que. Além do passeio, tem ele o objetivo de demonstrar aos parentes de lá que foi feliz na América, e que esta é uma e soberba terra, onde não há propriamente problemas: tudo depende do trabalho honesto. Isto é o que sempre demonstrou nas suas palestras conosco. Pois bem. Feitos os preparativos e as indispensáveis recomendações e despedidas, para lá rumou. Há poucos dias escreveu a seus familiares e relatou:
“ Dia 11 tomamos acomodações no vapor “Brasil”, cuja saída estava marcada para o dia 12, as 11horas. Desde a manhã desse dia tudo ali era festivo. O cais repleto de pessoas, na sua maioria parentes que se despediam. Precisamente à hora marcada, depois dos últimos sinais, o vapor se pôs em movimento. A princípio nada me ocorreu, isto é, também tomei parte na alegria geral. O vapor foi-se afastando, passamos a não ver os lenços brancos agitados no ar, em sinal de despedida. Depois desapareceram devido à grande distância, as próprias pessoas e, afinal, despareceu o Rio de Janeiro e, com ele, o Brasil. Nesta altura senti, senão a maior, uma das maiores emoções da minha vida e caí na realidade: estava no Brasil ficando. Não era possível. Não devia partir, ou então, devia leva-lo. Conturbado, triste e não podendo explicar o que de mim se apoderou, não resisti, não tive outra alternativa: chorei. É verdade que, nesse estado de coisas, lembrei de minha família, que aí também ficou: mas sinceramente, perdoem-me, esta estava em segundo plano, pois que me ocorria tê-la deixado com saúde, paz e junto de bons amigos. Refeito, pensei: razão existe quando se diz nesta ordem: Deus, Pátria e Família.
Agora, já de certa idade, e tudo estando em ordem, resolveu dar um pulinho a velha Europa, muito razoavelmente, a começar pela Itália.
Devemos notar que. Além do passeio, tem ele o objetivo de demonstrar aos parentes de lá que foi feliz na América, e que esta é uma e soberba terra, onde não há propriamente problemas: tudo depende do trabalho honesto. Isto é o que sempre demonstrou nas suas palestras conosco. Pois bem. Feitos os preparativos e as indispensáveis recomendações e despedidas, para lá rumou. Há poucos dias escreveu a seus familiares e relatou:
“ Dia 11 tomamos acomodações no vapor “Brasil”, cuja saída estava marcada para o dia 12, as 11horas. Desde a manhã desse dia tudo ali era festivo. O cais repleto de pessoas, na sua maioria parentes que se despediam. Precisamente à hora marcada, depois dos últimos sinais, o vapor se pôs em movimento. A princípio nada me ocorreu, isto é, também tomei parte na alegria geral. O vapor foi-se afastando, passamos a não ver os lenços brancos agitados no ar, em sinal de despedida. Depois desapareceram devido à grande distância, as próprias pessoas e, afinal, despareceu o Rio de Janeiro e, com ele, o Brasil. Nesta altura senti, senão a maior, uma das maiores emoções da minha vida e caí na realidade: estava no Brasil ficando. Não era possível. Não devia partir, ou então, devia leva-lo. Conturbado, triste e não podendo explicar o que de mim se apoderou, não resisti, não tive outra alternativa: chorei. É verdade que, nesse estado de coisas, lembrei de minha família, que aí também ficou: mas sinceramente, perdoem-me, esta estava em segundo plano, pois que me ocorria tê-la deixado com saúde, paz e junto de bons amigos. Refeito, pensei: razão existe quando se diz nesta ordem: Deus, Pátria e Família.