domingo, 29 de setembro de 2013

A ESTRADA DE FERRO CHEGA EM SETE LAGOAS



“Um dia fincaram no hoje bairro da Boa Vista uma barraca de lona e apareceram em seguida uns homens parecendo ingleses, calçados de botas e com uns chapéus esquisitos. Começaram a fincar, aqui e ali, umas varas de ferrão pintadas de vermelho e branco. Apuradas as coisas, verificou-se que eram os engenheiros Teófilo Ottoni, Paulo de Frontin, Luiz Privat, Lassance Cunha, Pedro Luiz e Antônio Olinto,que estavam locando a Estrada de Ferro Central do Brasil. Procuraram eles afastá-la da cidade para evitar futuros transtornos, no que tinha razão. Locada a estrada e estendidos os trilhos, exatamente onde ela ainda se encontra, (Este texto foi escrito em 1957) os mencionados engenheiros, antes de levantar acampamento, traçaram uma planta da cidade, que ofereceram aos poderes públicos. Estes, em sinal de gratidão, deram os nomes deles as ruas de Sete Lagoas”
Do livro Minha Sete Lagoas de Jovelino Lanza



As telhas da estação eram francesas, sabendo que o sub solo de Sete lagoas tem  o melhor barro telha para isso. Superior as francesas.



” Todos os domingos era chique ir para a estação ver o trem passar. Quem ali não fosse não seria considerado da alta roda, nem mesmo setelagoano. Assim, toda pessoa que se presava, lá estava para assistir a passagem dos comboios.
Pretensos candidatos à política aproveitavam o local para uma breve palestra que só era interrompida com os apitos dos trens que se aproximavam. Neste instante os presentes, disputavam os melhores lugares para admirar a chegada solene da máquina de ferro.
Uns se contentavam em ver os passageiros de modo geral; outros em apreciar a beleza das máquinas, muito limpinhas e lustrosas, com seus enfeites de metal branco e amarelo, com buques de flores silvestres apanhadas pelos maquinistas, foguistas e graxeiros nos campos vizinhos; outros admiravam as passageiras bonitas; outros fazendo passeio com o pretexto para encontrar suas namoradas e finalmente aquelas que se contentavam em apreciar  o garbo dos maquinistas como Alvim Fernandes, Raimundo Francisco, Horário Índio do Brasil, Jose de Oliveira, José Constantino, Jota, José Raimundo.” Do livro Minha Sete Lagoas de Jovelino Lanza

Muitos casamentos e muitas famílias nasceram nos domingos da estação. 




Pátio de manutenção da rede ferroviária

                                 Operários da Central do Brasil de Sete Lagoas nos anos 30. 

  
                                           
                                                  Armazém da Central do Brasil


2 comentários:

  1. Adorei ver estas imagens, como me faz bem conhecer nossa história, por imagens!
    obrigada por criar este blog

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  2. A rua Luiz Privat, parece, era em lugar diverso do que é hoje ( Inss)). Onde seria?

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